Nossa, que blog mais abandonado minha gente!
Mas desde o ultimo post muitaaaaassssss águas rolaram e não tive tempo de refletir sobre elas.
Creio que loguinho sentarei e escreverei sobre as novas e todas as mudanças desde então.
Aguardem!Beijos!
terça-feira, 2 de agosto de 2011
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
La farce et le jeu burlesque
Já faz tempo que eu gostaria de escrever sobre a disciplina que cursei no INHA (Instituto Nacional de História da Arte), aqui em Paris. Algumas das disciplinas da faculdade são ministradas neste instituto e são compartilhadas entre alunos da Paris 10 – Nanterre, Paris 3 – Sorbonne e Paris 7 - Diderot.
O “seminaire” teve o nome “La farce et le jeu burlesque” (A farsa e o jogo burlesco) e foi uma delícia de curso ministrado pelo Monsieur Bernard Faivre, um super conhecedor do assunto.
Lá eu pude aprender sobre o burlesco, desde a aparição dos traços do que pode ser considerado burlesco, como também da nomenclatura ( que surge no século XVII), e suas bases. É muito interessante compreender que os artistas faziam a opção de representar burlescamente, não como uma incapacidade ( e aqui foi dado o exemplo de Picasso, que optou pela sua maneira cubista, não foi uma incapacidade, como muitos críticos consideraram durante anos) , mas uma escolha, entendendo o burlesco como o senso de uma paródia rebaixadora.
Por muitos e muitos anos o burlesco foi considerado baixo, foi diminuído e não teve o direito de entrar dentro dos teatros tradicionais.
O termo “Grotesco” é bastante confundido com burlesco. Baudelaire por exemplo, no seu texto “o Nascimento do riso”, utiliza o termo grotesco e não burlesco, mas até o século XVII, grotesco era mais utilizado para as artes plásticas. Mas, de “tout façon” não existem muitas diferenciações precisas entre os dois termos, no entanto os dois não almejam inscreverem-se dentro de regras estritas e preferem permanecer na transição. O burlesco, podemos dizer que é o que trata da vida real, do cotidiano, do fálico, do enganar o outro, enquanto o grotesco fica no campo do fantástico – a morte, os fantasmas, o outro lado...
A disciplina me ensinou muito sobre o riso, sobre as coisas que levam as pessoas rirem e levantou a questão: temos direito de rir de tudo?
É verdade que rir só nos é possível quando estamos distanciados do assunto ou do objeto provocador do riso. O riso e a crueldade podem estar estreitamente relacionados.
Mais tarde no final do século XIX aparece a palavra “humor” para complicar um pouquinho mais, e dentro dessa suposta “evolução” de vocabulários, tudo o que era baixo e que rompia com os códigos de maneira radical, era considerado burlesco, e permanecia sendo representado nas ruas, e o que provocava riso, mas era mais aceitável pela sociedade e que podia aceder ao teatro, era considerado humor.
As influências da igreja também foram bastante determinantes à todos esses conceitos. Para o clero, o cômico não era “sério” ( no sentido de confiável) e inclusive, em muitos momentos da história a igreja tomou os atores como “pecadores públicos”, fazendo com que uma grande maioria deles renunciassem ao teatro para obterem o direito de entrar co “paraíso”. Sabe-se que Molière não teve tempo de fazer a sua renúncia.
Foi uma disciplina bastante ampla, em que além das informações históricas e de conceitos, tratou temas como: a commédia dell´arte, os atores desse tipo de teatro, textos de farças da idade média, comparações entre diferentes estilos de farças, de mistérios e outros textos. Uma grande análise do riso também teve lugar, bem como uma viagem sobre o filmografia de Louis de Funès e ainda de Charles Chaplin. Houveram buscas do burlesco em Shakespeare, reflexões entre o trabalho do novo clow e das marionetes, e ainda, Gil Vicente e sua trilogia de barcas.
Foi realmente uma delícia de disciplina, bastante complexa, mas de um tema muito prazeroso. Por vezes rimos juntos nas aulas quando falávamos de determinadas cenas de textos ou filmes, ou ainda assistindo Funès ou Chaplin.
Além do mais ir pra aula no INHA, que fica exatamente do lado do Palais Royal, passar por aquele lindo jardim, que está localizado a 50 metros do museu do Louvre e, ainda, na frente da biblioteca nacional, é realmente um presente.
Ainda não obtive meus resultados (a nota) pelo meu trabalho entregue, nem pela minha apresentação oral, mas o que vale é que tenho hoje uma outra visão sobre o assunto e é super gratificante sentir que as aulas me acrescentaram tanto conhecimento.
Merci Monsieur Faivre!
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Ai Paris...
Um post simplezinho para falar rapidamente de Paris....desse sentimento confuso que ela me provoca. Ela é igual criança pequena, não dá pra ficar bravo....Você fala mais firme e a criança arteira te faz aquela carinha cativante, que amolece seu coração. Paris é assim, oblíqua, fria, inóspita, mas quando você se irrita e quer dar uma bronca nela, ela amanhece ensolarada, se mostra linda, imponente, cheia de história pra contar. Então o melhor é saber dançar conforme a música...que nesse caso pode ser uma de Brel!
Assinar:
Postagens (Atom)